Foi na Mata da Quinta do Castelo, no primeiro domingo de março, dia 3, que se juntaram 15 Voluntários do FUTURO prontos para uma ação de manutenção, neste que é um local emblemático do Município de Santa Maria da Feira.
Desde 2016, esta área beneficiou do empenho de mais de 600 voluntários e recebeu mais de 2.500 árvores e arbustos de 16 espécies nativas, que ao longo do tempo estão a transformar uma mata ocupada por espécies exóticas, com comportamento invasor, num bosque nativo. O que outrora era uma mancha densa de eucaliptos e austrálias, agora dá lugar a um bosque nativo jovem, que cada vez mais atrai biodiversidade e com espaço para a flora nativa surgir espontaneamente.
Infelizmente, as espécies invasoras, depois da sua longa e extensa ocupação na área, são difíceis de erradicar devido ao banco no solo de milhares de sementes que têm grande longevidade (décadas), e aguardam a oportunidade para germinar. Também a envolvência da Mata está invadida, contribuindo de igual modo para a dispersão na área. Assim, para travar o desenvolvimento das invasoras e salvaguardar o bosque nativo, o grupo reuniu-se com o intuito de arrancar a rebentação de eucalipto (Eucalyptus sp) e austrália (Acacia melanoxylon), eliminando centenas de indivíduos que cresciam junto das plantas nativas. Aproveitou-se também para retirar os protetores das árvores, que já não estavam a servir o seu propósito, e sinalizou-se a regeneração natural de sobreiros (Quercus suber) e medronheiro (Arbutus unedo).
O empenho dos participantes foi notório traduzindo-se num “antes e depois” na paisagem intervencionada, com muito menos rebentação de invasoras, que faz a diferença, pois são menos centenas de indivíduos que estavam a ocupar espaço e a consumir recursos (água e nutrientes) necessários para as nativas se desenvolverem. Ao longo da manhã, os Voluntários puderam admirar a cila-de-uma-folha (Scilla monophyllos), uma erva nativa característica dos sub-cobertos dos bosques, com a sua bonita flor violeta que foi “colorindo” o trabalho. Mas não só, os azereiros (Prunus lusitanica), os azevinhos (Ilex aquifolium), os bordos (Acer pseudoplatanus), os medronheiros e os carvalhos (Quercus robur) são algumas das árvores nativas da Mata que já chegam a ultrapassar os dois metros de altura e se encontram muito frondosas.
Os voluntários gostaram de passar a manhã na Natureza, que surge como um momento tranquilo, um escape da mente, após a azáfama da semana e com o sentimento de missão cumprida de um contributo ativo pela recuperação ecológica deste local. Como uma Voluntária exclamou no fim da ação “senti que arranquei os males pela raiz” e assim foi!
Muito obrigada a todos os Voluntários por trazerem boa energia e ajudarem o bosque nativo da Mata da Quinta do Castelo. 😊
FOTOS | Créditos: ©2024CRE.Porto.amourao; ©2024CRE.Porto.malmeida
Esta ação, desenvolvida no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, foi organização pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e o CRE.Porto. O CRE.Porto é uma rede de educação-ação para a sustentabilidade liderada pela Universidade Católica Portuguesa – Porto e pela Área Metropolitana do Porto.