Em janeiro, os nós do Regado e de Francos da Rede de Biospots do Porto recebem 1089 árvores e arbustos autóctones para adensar o bosque urbano que cresce na VCI do Porto. A iniciativa é promovida pela Câmara Municipal do Porto em colaboração com a Infraestruturas de Portugal S.A e a Área Metropolitana do Porto.
Em 2022, elaborou-se um plano de plantação com espécies autóctones para a Rede de Biospots do Porto, que irá aumentar a densidade arbórea dos nós do Regado e de Francos e também substituir as plantas nativas que não sobreviveram às primeiras plantações, realizadas em 2017 e 2018, respetivamente. Recorreu-se ao Grupo Consultivo, constituído por especialistas das áreas da Saúde Ambiental, Paisagismo, Biologia e Geografia, para dar o seu parecer sobre o plano desenvolvido pela equipa técnica (equipa do projeto FUTURO composta por especialistas da área de arquitetura paisagística e ambiente). A implementação do plano tem o propósito de enriquecer as áreas com 1089 exemplares de 15 espécies diferentes. Pilriteiros, aveleiras, medronheiros, gilbardeiras e macieiras-bravas são algumas das variadas espécies a plantar.
A implementação no terreno, concretizada pelas Infraestruturas de Portugal, arrancou em dezembro 2022, no Nó do Regado, onde previamente se realizou a manutenção da área e a marcação do plano no terreno. Em janeiro 2023, deu-se início às plantações, que compreendem a abertura de covas, assim como a proteção das árvores. Os trabalhos estarão concluídos antes da primavera: o Regado com mais 553 árvores e arbustos e o Nó de Francos receberá 536, em que as espécies são autóctones, adaptadas às características do local e produzidos pela equipa técnica com o contributo de voluntários no Viveiro Municipal do Porto.
Esta é uma intervenção imprescindível que advém da monitorização destas áreas de bosque urbano, na qual se foram identificando os desafios presentes, como as espécies invasoras. Para mitigar a sua expansão, a plantação de autóctones torna-se essencial. Ao adensar com estas espécies promove-se também a biodiversidade, os serviços dos ecossistemas, a amenização paisagística e consequentemente medidas para combater as alterações climáticas. Outra observação pertinente adquirida, é que os bosques em desenvolvimento já produzem alimento (p.e. medronhos e pilritos), muito apreciados pelos seres vivos que visitam as áreas, e proporcionam um novo banco de sementes nativas no solo. E que por sua vez, permitem a regeneração natural e espontânea das plantas, já verificado com a cerejeira-brava. O trabalho em curso também passará por sinalizar e proteger estes indivíduos, para que continuem o seu desenvolvimento. Um próximo passo será amostrar todo este potencial e aumento da biodiversidade que se faz sentir na Rede de Biospots do Porto.
FOTOS | ©2023CRE.Porto.amourao; ©2023CRE.Porto.malmeida
A Rede de Biospots do Porto é constituída por uma área útil de 17 hectares que se distribuem ao longo dos eixos de circulação principais da Via de Cintura Interna. Até ao momento, foram abrangidas 6 áreas, Regado, Francos, Freixo, Paranhos, Falcão e Areias. A iniciativa integra o FUN Porto – Florestas Urbanas Nativas do Porto, um projeto que promove o conhecimento sobre e a expansão das florestas urbanas no Porto, com os seus vários ramos: o Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones, a Rede de Biospots do Porto, o Programa ‘Se tem um jardim, temos uma árvore para si’, o Porto Biolab e a Rota das Árvores do Porto. Contribui também para os objetivos do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto.