Os vários alunos do Colégio Oceanus, em Vila Nova de Gaia, têm o privilégio de estudar numa escola com um jardim recheado de cores, cheiros, texturas e formatos. Com o objetivo de conhecer melhor todos estes espaços e promover o seu património, a professora Rute Vieira e restantes colegas, participam na Rede de Escolas do FUTURO pelo primeiro ano. Para os ajudar com a tarefa, e durante as férias da Páscoa, fomos até ao colégio mostrar aos mais pequenos como podemos aprender a olhar para as árvores com outros olhos e como pode ser fácil identificá-las! Foi uma manhã de atividades bem diferente do habitual para este grupo de 12 alunos do 1º CEB.

O início do dia foi aproveitado para relembrar alguns conceitos e conhecer melhor a relação destes pequenos com as árvores e a floresta. “As árvores e as plantas são úteis para o Homem e ao mesmo tempo tornam os espaços mais bonitos, como a casa da minha avó que tem muitas flores e árvores grandes. É por isso que gosto de lá estar”. A conversa foi de tal forma interessante para todos que à medida que os temas se iam entrelaçando a Maria aproveitou para perguntar porque é que, duas árvores aparentemente tão diferentes como o carvalho e o sobreiro dão ambos bolotas. E esta interessante pergunta foi o mote para mais algumas aprendizagens :) Ao pensarmos em conjunto na importância das árvores no nosso dia a dia, houve logo quem fizesse a ligação aos nomes de pessoas e localidades. “O meu nome termina em Oliveira, que é o nome de uma árvore que existe em Portugal”. “Em Vila Nova de Gaia há uma vila chamada Carvalhos, então é porque deve haver lá muitas árvores com esse nome!”. Atualmente pode já não ser fácil fazer essa ligação, mas há de facto registos históricos que fazem referência à existência de grandes e frondosos carvalhos nessa localidade.

Já depois do intervalo, e ainda dentro de sala, desafiamos o grupo a desenhar o jardim da escola. Parecia uma tarefa fácil, mas rapidamente se começaram a interrogar sobre o que havia no jardim! Como seria o tamanho do parque de diversões? Que cores teria a casinha no pátio? De que cor seriam as flores junto à entrada? Apesar de todos os dias entrarem pelo mesmo local, brincarem nos mesmo espaços, de repente, era preciso puxar pela memória para saber reconhecer “os cantos e as cores da casa”.

Terminado o exercício, foi a vez de fazer o mesmo  desenho, mas no próprio jardim. E este foi encarado pelos petizes como um verdadeiro desafio: “Ena! Vamos desenhar sentados na relva!”. Rapidamente as árvores ganharam mais cor, o jardim ganhou mais detalhes, os baloiços ganharam mais precisão e até o permanente buraco no muro mereceu a atenção que nunca teve. Ainda antes de terminar a manhã, fez-se a “caça ao tesouro”. Dentro de uma caixa estavam as folhas de algumas árvores, arbustos e flores do jardim. Cada criança retirou a sua “pista” e, num grande reboliço, partiram todos à caça do seu tesouro. Alguns usavam os contornos da folha como critério para encontrarem a espécie, já outros eram mais detalhistas e chegaram mesmo a cheirar as folhas para servir de ajuda. “Já encontrei…já sei qual é a minha árvore, venham ver”. Ao fim de algum tempo todos conseguiram encontrar o teixo, o azevinho, as capuchinhas, a calêndula, entre outras.

Deitado de barriga para o ar a contemplar os altos e frondosos salgueiros o Tomás desabafou – “Nunca tinha visto as árvores assim… não sabia que eram assim tão altas! Uau! ”.

E com essas palavras sentimos ter cumprido a nossa missão para o dia: que as crianças começassem a ver e a sentir o seu jardim com outros olhos e outro espírito.

FOTOS | Créditos: ©2017CRE.Porto|ampereira

Rede de Escolas do FUTURO é uma iniciativa do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto, um projeto desenvolvido pela Universidade Católica Portuguesa e Área Metropolitana do Porto no âmbito CRE.Porto – Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto. O objetivo do Programa de Mentores da Rede de Escolas do FUTURO é o de garantir apoio às Escolas através do estabelecimento de laços entre os docentes coordenadores e especialistas em diversas áreas de intervenção, que colaboram graciosamente. Conheça as entidades e pessoas envolvidas no projeto