O dia 26 de abril começou cedo para os participantes das Rotas das Árvores e Florestas, que ignoraram as previsões de mau tempo para o dia e partiram à descoberta da magia das árvores de Vale de Cambra.
O primeiro destino foi o lugar da Lomba, na freguesia de Arões, localizada a 550m de altitude na vertente Sul da Serra da Freita. Esta aldeia de xisto tem uma vista privilegiada para os vales encaixados das ribeiras das Estacas e das Macieiras e para os montes circundantes que se encontram “pintados” de amarelo, roxo e branco, por causa do tojo, carqueja, urze e giesta.
Da Lomba, percorremos veredas até à aldeia abandonada das Porqueiras onde ficamos deslumbrados com o local onde a ribeira de Agualva rasga as encostas de carvalhais e cai em “escadaria” de uma altura de 15m. De regresso à Lomba, visitamos um núcleo de canastros (espigueiros) em fila e a Capela da Nossa Senhora dos Milagres, muito estimada pelos simpáticos habitantes.
O almoço foi no Festival Gastronómico da Vitela da Raça Arouquesa na cidade de Vale de Cambra onde pudemos também adquirir produtos da região, como o mel e os doces típicos – “Calambrias”.
À tarde fomos explorar o canal de rega de Santa Cruz que parte da Barragem Eng. Duarte Pacheco (também conhecida por Barragem do Castelo). O trilho junto à levada percorre uma galeria de carvalhos (Quercus spp.), amieiros (Alnus glutinosa), salgueiros (Salix spp.) e loureiros (Laurus nobilis) onde fomos presenteados com as visitas de um tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai) e várias rãs-castanhas (Rana iberica), em plena atividade primaveril. Na envolvente florestal observamos o feto-fêmea (Athyrium filix-femina), o feto-macho (Dryopteris filix-mas), bem como gilbardeiras (Ruscus aculeatus) e o Selo de Salomão (Polygonatum odoratum). O canal conduziu-nos até ao rio Caima onde a mata ripícola densa continha aveleiras (Corylus avellana) centenárias e pilriteiros (Crataegus monogyna). Na outra margem vimos o raro arando, também chamado de mirtilo selvagem (Vaccinium myrtillus).
Ao longo do dia, fomos brindados com aguaceiros, mas depressa o Sol aparecia para intensificar as cores e os aromas que nos rodeavam… E os nossos dois guias, Vera Silva (Município de Vale de Cambra) e Nuno Gomes partilharam segredos e experiências sobre estes bosques de montanha e ribeirinhos. Um dia excelente.
FOTOS Créditos das fotografias: ©2015CRE.Porto
Esta atividade desenvolvida no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto é organizada pela Câmara Municipal de Vale de Cambra e o CRE.Porto, como o apoio de Bluemater. É cofinanciada pelo ON.2.