No projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto pretendemos recuperar e renaturalizar aproximadamente 100 hectares de floresta urbana através da plantação e cuidado de 100.000 árvores e arbustos nativos da região até 2016. Porquê?
1. As áreas de floresta urbana nativa são espaços de elevada qualidade paisagística e de suporte de biodiversidade. Por exemplo, sabe-se através de estudos científicos que num bosque nativo dominado por carvalhos ocorrem 30-35 espécies de aves nidificantes enquanto num eucaliptal não se encontram mais de 13. Sabe-se ainda que cerca de 45% das espécies portuguesas de mamíferos, aves, anfíbios e répteis e borboletas estão associadas a ecossistemas florestais.
2. As áreas de floresta urbana nativa garantem-nos uma grande diversidade de serviços dos ecossistemas. Por exemplo, o controlo da erosão do solo, a regulação hídrica e filtração da água, a reciclagem de nutrientes, a formação de solo, o sequestro de carbono (estima-se que as nossas 100.000 árvores sequestrem 20.280 toneladas de CO2 ao longo dos próximos 40 anos), a filtração de poluentes atmosféricos, a suavização do clima (as árvores garantem sombra e ar fresco, cada vez mais importantes pois projeta-se que as ondas de calor serão mais frequentes e intensas na Europa), produção de matérias-primas, barreira ao ruído, prevenção de incêndios, entre outros.
3. As áreas de floresta urbana nativa são espaços que melhoram a qualidade de vida das pessoas, contribuindo para a sua saúde (alguns estudos científicos demonstram o seu papel na redução do stress e no bem estar geral dos indivíduos, na redução de tempos de convalescença, etc.), para o equilíbrio social (por exemplo, são conhecidos efeitos na redução da criminalidade) e mesmo para a vitalidade económica (a simples presença de vistas para florestas urbanas aumenta a produtividade dos trabalhadores; sabe-se ainda que as florestas urbanas são um dos ambientes de lazer e recreação mais populares na Europa atraindo milhares de visitantes por hectare e por ano).